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27 de junho de 2011

Primeiro Pecado


Quão tolo foi seu coração
Tramou no mais secreto de si
Estabelecer seu trono
Acima do mais alto deles
Exaltar-te sobre o poder
Do Altíssimo e assentar-te
Sobre a majestade suprema
E soberania única
Reverberantes eram os raios
Que se exalavam de ti
Ó estrela da manhã
Filha da alva



Caíste então do céu
Em eminente ruína
Notória pelos olhos aflitos
Desejaste subir o mais alto
Acima das estrelas
Mas provaste da veracidade
De uma queda sôfrega
Bongaste tanto escalar
Acima das nuvens
E tornar-te semelhante
Ao temido Altíssimo
O Pai das luzes



Conspiraste com o mal
No coração altivo
Fizeste também cair
Uma terça parte
Do exército astral
Converteste a glória
Em terríveis trevas
Podres e sombrias
Tu que trazias a luz
És agora o senhor da escuridão
Que impera sobre um trono
De injustiça e pecado

És o pai da mentira
Exemplo de perversão
Mas a eternidade
Te espera friamente
Desnuda num leito de sombras
Cerrará a tua perversidade
Serão cativos os teus olhos
E algemadas as tuas mãos
És a imagem do erro
E a fétida fumaça da loucura
O estrépito clamor das cinzas



Tu que querias estar
Sobre tudo que era
Beijou em lábios amargos
As paredes do inferno
O mais profundo abismo
Almejaste muito reinar
Assim como o Criador
Buscou sentar-te no monte
Das congregações e exultar
Seu trono bem acima dos astros
Mas foi derribada a tua soberba
E engolida pela derrota




Estrondoso foi o teu cair
E visível foi a tua queda
Ó criatura abominável
Quão insolente foste
E insensato também
Contemplava diante dos olhos
O reluzir da glória
Do Todo poderoso,
O que agora lhe resta é temer
Tudo o que semeaste
Ceifarás a morte nas mãos
E a agonia em sua essência






A perversidade que geraste
E a escuridão que formaste
Regarão tua boca
Com o sangue de inocentes
Ó ser desprezível e repugnante
Transformaste toda a glória
Em ódio e perdição
O ventre do inferno te espera
Os dedos da ira de Deus
Hão de te afundar e esmagarão
Tua arrogância e força
Sob o mais imundo lugar



Onde nem tu conheces
Queimarás como uma brasa
E serás pisoteado
Pela sua fraqueza
E frágil impotência
Comerás o pó da terra
Que os vermes cuspiram
O fogo te queimará
Sem nunca cessar-se
E consumirá seu reinado
Em chamas eternas
Deitar-te-ás atormentado

12 de junho de 2011