Gravidez na Adolescência
O lar de uma vida inocente
Era uma bela imagem de menina feliz. Uma garota comum, igual às outras. De olhos verdes como esmeralda polida, cabelos curtos e cacheados, lembravam os ramos das vides. A boca palpitante guardava uma constelação de dentes que reluziam como o brilho de um jaspe. Seu olhar era como farol que, de longe, anunciava sua chegada. Em sua memória trazia 14 anos, uma vida curta, curta demais. Um breve período de dias para quem trazia uma vida dentro do ventre. Do seu organismo brotavam enjôos, e dores em todo o corpo. Corpo que outrora era fino com a lâmina de um punhal, agora cresce uma barriga. Um espaço exigido pela criança que dali, um dia sairá, assim como um dia surgiu lá. Mas como surgiu? Do acaso? Do nada? Aquela vida se emergiu e se tornou fruto de um ato sem consciência. De dois jovens que no calor de um momento de extrema atração se entregaram, um para o outro. E agora? O que será dessas vidas? Dessas três vidas despreparadas para o que a vida pode trazer e o destino armar. Podemos encontrar um final feliz para estas três sórdidas almas? Por muitas vezes se passou pela cabeça o aborto. Um ato indecoroso e infame. Mas será mesmo? O que será dessa inocente vida que virá e que não pôde escolher seu destino? Como serão seus longos segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos de vida. Será se antes mesmo de nascer, possa ser possível evitar todo e qualquer sofrimento? Por outro lado, é o aborto é um atentado à vida humana. Essa pobre alma merece ser degradada ainda em leito materno? Essa criança tem alguma culpa de irresponsabilidade de seus futuros pais? É certo pensar muito antes de tirar conclusões. Gravidez na adolescência não é uma escolha, ou destino é uma conseqüência que se pode evitar, mas nunca remediar. Uma vez consumada a gravidez deve ser tida com positiva e jamais com uma maldição. Pois nenhuma menina pode engravidar sozinha e nem do acaso. Pois seu ventre não fica cheio de vento e sim de uma fonte que ao invés de jorrar precisa receber amor.
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