Páginas

16 de novembro de 2010

Sou

Ouço um canto sofrido
Um sombrio ruído fraco
Sou o fogo que atila azul
No vento que o mar sopra
Não sei o que sou
Talvez um peregrino pobre
Que sela seu ventre com a visão
De um distante horizonte
Sou a melodia que soa
Das entranhas de uma rocha
Ferida pela poeira das flores
Que exalam o perfume
Ao crepúsculo dos olhos
Não sei o que sou
Talvez a pureza das mãos
Que erguem o enoitecer
E colhem as estrelas
Ou a perversa frieza
De um arrepio na alma
Congelando o som dos ouvidos
Perde-se a beleza das pedras
Alvas como a neve gélida
Não sei o que sou
Talvez a areia pisoteada
Pelos pés da brisa marinha
Ou o eclipse que veste a noite
E inudece a lua cheia

Nenhum comentário:

Postar um comentário